Sustentabilidade na pecuária traz benefícios financeiros e produtivos aos produtores brasileiros

Rafael Mendes
Diretor de Expansão e Novos Negócios

Thiago Pacheco
Gerente de Novos Negócios e Parcerias

O Brasil é o maior exportador de carne do mundo e consegue unir sustentabilidade à eficácia na produção. Recentemente, a população mundial atingiu a marca de oito bilhões de habitantes, por isso, a necessidade de discutir uma pecuária sustentável com segurança alimentar para atender à demanda crescente da população tem sido cada vez mais necessária.

As práticas de ESG (ambientais, sociais e de governança) vêm ganhando visibilidade no agronegócio. Pode parecer um desafio pensar em uma pecuária sustentável, no entanto, sabe-se que práticas, como ajustes de manejo de pastagens, integração lavoura, pecuária e florestas (ILPF), bem-estar animal, treinamento correto dos colaboradores, uso de tecnologias nutricionais variadas e tantas outras, ajudam a melhorar a produtividade, mitigar riscos, reduzir as emissões de gases e potencializar a fixação de carbono nos solos.

Além disso, trabalhar corretamente o social e a governança garantem que o negócio tenha um time engajado, bem preparado, e processos que apoiam a perenidade e a consistência do negócio, facilitando a tomada de decisão.

E este foi exatamente um dos temas discutidos na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 27), realizada no Egito neste ano: como produzir em larga escala, mantendo a qualidade, de forma sustentável e segura, gerando o menor impacto ao meio ambiente.

Tecnologia a favor da sustentabilidade

A Prodap, agora DSM, é uma aliada da sustentabilidade e, por meio de sua metodologia, criada há mais de quatro décadas, firma um compromisso com os clientes para incrementar os resultados do campo.

Primeiro piloto do projeto Pecuária Sustentável e um caso de sucesso entre os clientes é o Grupo Terra Savana Agro, que possui propriedades localizadas em Mato Grosso e Goiás e é um exemplo da união de sustentabilidade, tecnologia e produtividade. O grupo atua na região desde o fim da década de 70 e, com o passar dos anos, viu o investimento em tecnologia e a preocupação com a responsabilidade socioambiental mudar o patamar de resultados.

“Estamos alicerçados em relações que unem tecnologia e respeito à terra e aos que nela vivem. Reconhecemos o potencial do setor no qual atuamos e trabalhamos para progredir em nossas atividades, acreditando na sustentabilidade em sentido amplo, envolvendo fatores sociais, ambientais e econômicos”, afirma Guilherme Noronha, Diretor-Geral e um dos sócios do grupo Terra Savana Agro.

Protocolo de Pecuária Sustentável

Para mensurar os resultados alcançados pelos clientes e validar o índice de sustentabilidade das fazendas, firmamos parceria com a Neocert, empresa especializada em certificações florestais e agrícolas, para o desenvolvimento de um protocolo para medir o nível de sustentabilidade de fazendas de corte. Utilizando os dados produtivos e financeiros do Views, nosso software para pecuária de corte, combinados com indicadores de materialidade ESG, o produtor tem acesso não só ao índice de sustentabilidade de sua propriedade, mas também a informações relevantes para a perenidade e a segurança fundiária, produtiva e ambiental do negócio.

Com o índice em mãos, o produtor tem a certeza dos pontos a serem corrigidos em sua fazenda e sabe que a segurança está em conformidade com a sociedade, com a comunidade próxima à fazenda, com as emissões de gases de efeito estufa e com a produtividade.

“Até então, não tínhamos como demonstrar com fatos e dados o que acontece nas fazendas mundo afora, mas, com o apoio de tecnologias combinadas e ciência, a DSM entrega ao pecuarista uma solução que o permite quantificar e provar a força do agronegócio. Assim, é possível comprovar que o produtor é um importante contribuidor para a sustentabilidade do planeta, fazendo parte da solução para esse tema”, afirma o Diretor de Expansão e Novos Negócios, Rafael Mendes.

O projeto ainda está em fase piloto e consiste na aplicação de uma matriz de materialidade que considera os principais pilares de ESG dentro de uma propriedade rural. Após uma criteriosa, porém descomplicada, análise dos indicadores dentro da propriedade, é gerado um mapa de oportunidades de melhoria. O projeto também faz uma análise detalhada dos índices produtivos, que são obtidos automaticamente a partir dos dados do View, software de gestão para a pecuária de corte.

“Desenvolvemos um protocolo que leva em conta temas relevantes para a produção agropecuária, para a manutenção do negócio, e que gere valor para todos os stakeholders”, afirma Thiago Pacheco, Gerente de Parcerias e Novos Negócios.

Além de avaliar o desempenho geral do cliente, é feita uma análise de cada um dos pilares do ESG de forma individual. Na sequência, um relatório é gerado com sugestões de planos de ações, que devem ser adotadas para adequar e melhorar a performance em cada um dos tópicos.

O Case da Terra Savana Agro

O grupo Terra Savana Agro trabalha com pecuária nos sistemas de recria e engorda, além de produção agrícola de soja, milho e algodão. Na primeira avaliação do Protocolo de Pecuária Sustentável da DSM, o Grupo conseguiu boas notas nos três pilares – Ambiental, Social e Governança –, com destaque positivo para gestão das pastagens, conservação dos solos, bem-estar animal, gestão financeira, cumprimento à legislação, proatividade na capacitação do time e em proporcionar um bom ambiente de trabalho.

Na entrega dos resultados, também destacamos os pontos de melhoria para que o proprietário pudesse aumentar a performance da fazenda, deixando claro o grau de risco de cada uma para facilitar a tomada de decisão. “A sustentabilidade do negócio como um todo sempre foi uma preocupação para nós. Já pensávamos na melhor maneira de utilizar a área, não apenas sob a ótica produtiva, mas também na viabilidade a longo prazo. A troca durante todo o processo foi essencial e nos passou bastante segurança e confiança em perceber como o trabalho foi conduzido”, fala Guilherme Noronha, destacando a importância de participar deste projeto.

Futuro

Segundo Rafael Mendes, o objetivo principal do programa é ter um produto adequado à realidade dos vários perfis de pecuaristas no Brasil. “Se um produtor quiser dar um primeiro passo e obter um diagnóstico inicial da sua propriedade pensando em ESG, teremos um produto para isso. Mas se ele quiser trabalhar com algo mais robusto, alinhado a certificados nacionais e internacionais e com auditoria de terceira parte, também será possível”, comenta.

A ideia é que o pecuarista também tenho acesso a outros benefícios no futuro, como o crédito verde, um selo sustentável e um benchmark, mostrando como ele está quando olhamos para outras fazendas da mesma região ou do Brasil.

O projeto-piloto do Protocolo de Pecuária Sustentável da DSM também está em fase de aplicação em outras 12 fazendas, para que, muito em breve, se torne um produto disponível ao mercado.

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