Produção animal com baixa emissão de gases de efeito estufa e otimização de recursos naturais

Verônica Lopes Schvartzaid
Supervisora de Marketing para Gado de Leite da DSM

Anteriormente nesta seção, discutimos as evoluções da humanidade ao longo dos anos em busca de melhorias em seu modo de vida no planeta e, também, pontos críticos para seguir construindo o futuro da espécie. Ao mesmo tempo que há projeções importantes de crescimento populacional nos próximos anos e mais necessidade de disponibilidade de alimentos, energia, transporte e todos os demais recursos utilizados pelo ser humano, o futuro vem acompanhado de desafios quanto à manutenção do equilíbrio do planeta. Um dos assuntos que vem gerando discussões e grandes preocupações nos últimos anos é o aquecimento global. Segundo a WWF, o aquecimento global pode provocar, além do aumento do nível do mar, uma frequência maior de extremos climáticos, como tempestades tropicais, tsunamis, tornados e furacões, eventos esses que trazem graves consequências para a população humana e aos ecossistemas naturais. A notícia que nos motiva é que ainda é possível desacelerar o ritmo do aquecimento global para não haver piores consequências. Porém, isso exige mudanças imediatas.

Primeiramente, é importante entender o que é o aquecimento global e como ele é provocado. Este processo é caracterizado pelo aumento das temperaturas médias globais ao longo dos anos, acompanhadas historicamente, e é consequência do aumento do efeito estufa. O efeito estufa, por sua vez, é um fenômeno natural, no qual as radiações solares percebidas como calor incidem no planeta Terra e, ao serem refletidas de volta para o espaço, são retidas por uma camada de gases que fazem parte da atmosfera, os chamados gases de efeito estufa (GEE). Como parte do processo de descobertas relacionadas às alterações que o homem pode gerar no meio ambiente, aprendeu-se que o uso de combustíveis fósseis, de queimadas, desmatamento, produção animal e até produção de lixo são atividades que geram uma quantidade maior de GEE. Esses gases são dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N20), clorofluorcarbonos (CFC) e ozônio (O3). Essas atividades foram intensificadas ao longo dos anos, resultando no aumento desses gases na atmosfera e, assim, aumentando também a retenção de calor ao redor da Terra, provocando
o aquecimento global.

Hoje, já vivemos em um planeta em torno de 1ºC mais quente do que no chamado período pré-industrial (antes da década de 1820). O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas  (IPCC), organização ligada à ONU, prevê os impactos ambientais nos próximos anos, caso esse aumento de temperatura chegue a 1,5ºC ou, até mesmo, 2ºC. As consequências são diversas e o cenário é muito pior se atingirmos os 2ºC, desde escassez de água para a população, redução de espécies animais e aumento do nível do mar até menor produtividade e valor nutricional dos alimentos. Produzir alimentos em um mundo com maiores adversidades climáticas, com inúmeros fenômenos naturais que destroem plantações, cidades e moradias, junto à escassez de água, torna a tarefa um desafio sem precedentes. Portanto, para segurar esse avanço negativo do aumento da temperatura e promover um futuro melhor para a população, a ONU propõe uma redução de 7,6% dos gases de efeito estufa até 2030.

Mas esse movimento não pode ser feito sozinho por apenas um país ou por um elo das indústrias. É necessário um movimento em conjunto de todas as partes para que os objetivos sejam atingidos. Desde 2015, quando foi assinado o Acordo de Paris, diversos países já se comprometeram a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, sendo que, atualmente, esses compromissos já se mostram pequenos frente aos desafios que iremos enfrentar. Nesse movimento, diversas indústrias em diferentes setores, como aéreo, telefonia, automotivo etc., já estabeleceram seus objetivos quanto a emissões, até mesmo com declarações de neutralidade em emissão de carbono até 2030 ou 2050.

E por que discutir esse tema em um setor de nutrição animal? Hoje, a produção animal representa 14,5% das emissões de GEE. Em 2030 e em 2050, espera-se que as organizações consigam atingir seus compromissos sobre a redução de emissão de gases. Caso o setor de produção animal não se movimente para trabalhar em prol dessa causa, em 2030, este irá representar 27% das emissões de gases de efeito estufa e 81% em 2050. A nutrição animal, por sua vez, é uma parte da produção que tem grande impacto nas emissões, em torno de 27% está ligado a esse setor. Ao mesmo tempo, dentro da nutrição animal, já é possível trabalhar com soluções que auxiliam os produtores a otimizar sua eficiência, ter mais ganhos em sua produção e, ao mesmo tempo, reduzir a emissão de gases de efeito estufa por quilo de alimento produzido.

Além da questão climática e da redução de emissões, outro desafio que permeia a produção animal e que precisa ser vencido para a manutenção da vida humana é a maneira como produzimos os alimentos. O aumento da população e o consequente aumento de demanda por alimentos é um fator já previsto para as próximas décadas. Temos o desafio de aumentar essa produção, ao mesmo tempo que precisamos reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Da mesma forma que não há solos aráveis disponíveis para aumentar a produção de alimentos da forma que ela é feita hoje, sem arcar com impactos ambientes ainda maiores.

A única resposta para essa situação é a mudança na forma que produzimos hoje, com a adoção de melhores práticas e novos modelos de produção, mais eficientes no uso dos recursos disponíveis, otimizando o uso dos nutrientes e dos insumos da produção animal e, consequentemente, reduzindo as emissões de GEE e otimizando os recursos naturais.

Se quisermos manter o equilíbrio do nosso planeta, adotar ações para impactar menos o meio ambiente é uma atitude que não pode esperar. Por isso, a DSM possui tecnologias para a nutrição animal que auxiliam na redução da emissão de gases de efeito estufa por quilo de alimento produzido e otimizam o uso dos recursos naturais, ao mesmo tempo que trazem mais rentabilidade ao produtor.

O Rumistar é uma enzima amilase destinada à nutrição de ruminantes e a inclusão dessa tecnologia na alimentação de bovinos promove melhor aproveitamento do amido proveniente do milho da dieta, com resultados diretos em melhor desempenho zootécnico, como maior produção de leite e de carne. Ao mesmo tempo, devido a essa otimização de recursos, há uma redução de 7% na emissão de CO2 equivalente por litro de leite produzido. O uso de vitaminas e minerais promove mais saúde para as vacas, reduzindo perdas de produtividade e aumentando a longevidade dos animais no rebanho. Com isso, há redução em torno de 5% de CO2 equivalente. Essas tecnologias estão presentes na solução Bovigold Crina Rumistar, comercializada pela DSM no Brasil, que auxilia o produtor a ter uma produção mais sustentável e com mais rentabilidade.

Já o Bovaer, produto desenvolvido pela DSM ainda não disponível comercialmente, tem como função inibir a produção de metano em nível ruminal e, adicionado às tecnologias acima citadas, reduz mais de 15% das emissões equivalentes em CO2 por litro de leite.

Para a produção de gado de corte a pasto, além de boas práticas no cultivo e uso das pastagens, otimizando os recursos naturais dentro dos sistemas produtivos, a adição de tecnologias  nutricionais pode potencializar uma produção mais sustentável. O uso de Fosbovi Proteico 35, produto com fonte proteica e Minerais Tortuga, auxilia na melhor digestibilidade das pastagens, o que permite elevar o aproveitamento dos recursos naturais e acelerar os ciclos produtivos nos sistemas de pecuária de corte. Ou seja, garantindo eficiência e impactando positivamente as emissões por quilo de carne produzido.

 

Para manter um planeta em equilíbrio e a vida do homem em constante melhoria, é necessário o esforço e o comprometimento de todos. Vimos aqui diversas soluções disponíveis no mercado, outras em processo de lançamento, que auxiliam a cadeia de produção animal a colaborar nessa busca de melhores práticas produtivas e, ainda, a ter maior rentabilidade e lucratividade na produção animal.

 

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