Leandro Martins
Gerente de Contas Varejo dsm-firmenich
Substâncias agressivas ao organismo produzidas por algumas espécies de fungos, as micotoxinas atuam como função de defesa no ambiente e são altamente tóxicas ao organismo no caso de ingestão de alimentos contaminados, sendo uma grave e séria ameaça à saúde dos equídeos.
As micotoxinas são encontradas em forragens e em outros alimentos contaminados, causando problemas de saúde nos cavalos, como distúrbios na digestão, doenças respiratórias, depressão da imunidade, problemas reprodutivos e, também, no fígado, reduzindo a função deste órgão essencial para o metabolismo deste atleta. Ou seja, a alimentação da tropa com forragens ou alimentos contaminados leva a doenças graves, reduzindo o desempenho, o bem-estar e a longevidade dos cavalos. Por isso, conhecer este desafio e as ações de bloqueio das micotoxinas é vital para os proprietários dos animais e profissionais de saúde equina.
Pesquisa Mundial de Micotoxinas da dsm-firmenich. The Global Threat January – March 2022.

No Brasil, devido ao clima tropical, essas micotoxinas já foram detectadas em vários alimentos, especialmente no milho para ração animal (HIROOKA e YAMAGUCHI,1994; HIROOKA et al., 1991;1996). Este potente agressor também pode ser encontrado em pastagens e em forragens conservadas e armazenadas, como feno, pré-secados e silagens. Na forragem, que representa níveis altos na composição da dieta de equinos, seja ela conservada ou em forma de pastagens, os fatores temperatura e umidade são potencializadores para o desenvolvimento de fungos e, consequentemente, os seus metabólitos, que são as micotoxinas.
Que micotoxinas podem afetar o seu animal?
Forragens e alimentos conservados, na presença de calor e umidade, podem gerar fungos, que, no ciclo da sua vida, produzem as micotoxinas. Dentre estas, as principais são:
Fumonisina: produzida pelo Fusarium verticillioides, contamina principalmente o milho. A fumonisina B1 provoca leucoencefalomalácia equina, com paralisia e ataxia.
Zearalenona: produzida por Fusarium culmorum e Fusarium graminearum, contamina o milho, a cevada e o trigo, imitando a ação dos estrogênios e afetando a reprodução.
Aflatoxina: produzida por Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus, contamina o milho, a soja, o amendoim e o sorgo, causando hepatotoxicidade, perda de apetite, perturbações neurológicas e hemorragias intestinais.
Tricotecenos: produzidos por Fusarium, contaminam o trigo e o milho. O desoxinivalenol (DON) provoca perda de apetite e anomalias da coagulação.
Dentre estas, é fundamental reforçar o risco da Fumonesina e sua ligação com a leucoencefalomalácia (LEM) em equídeos. Esta enfermidade foi detectada nos Estados Unidos no século XIX, e há relatos de sua existência na Europa, Ásia e América do Sul. No Brasil, é relatada desde 1982 (SANTOS, 2016), sendo de caráter sazonal e ocorrendo principalmente entre os meses de junho e setembro. Contudo, há registros de surtos entre março e dezembro; não apresenta predileção racial ou de gênero (CORREA et al., 2001).
Esta patologia apresenta um processo neurotóxico causado pela ingestão de milho ou rações, com a presença do Fusarium moniliforme, em razão das más condições de armazenamento (BORNIOTTI et al., 2014). Este fungo é responsável pela produção de fumonisinas, que têm ação no sistema nervoso central. As primeiras manifestações clínicas podem aparecer de duas a 24 semanas após o consumo do milho, causando sinais neurológicos súbitos, com a possibilidade de evoluir para o óbito em quatro a 72 horas após os sinais clínicos (CÂMARA et al., 2008).
A LEM é uma enfermidade causada pela ingestão do milho e de seus derivados contaminados por micotoxinas, denominadas fumonisinas, principalmente a B1, produzida pelo fungo do gênero Fusarium, incluindo o F. proliferatum e o F. verticillioides (Fusarium moniliforme). Para que ocorra o desenvolvimento das micotoxinas, temperaturas abaixo de 20ºC e umidade acima de 15% são necessárias. Nessas condições, a fumonisina B1 é a micotoxina predominantemente produzida (ECHENIQUE et al., 2019, podendo ter efeitos hepatotóxicos. Esta micotoxina também apresenta ação deletéria no sistema nervoso central dos equídeos, devido à necrose de liquefação da substância branca, o que leva aos sinais neurológicos súbitos (SANTOS et al., 2013).
Diante disso, sabemos que a tropa brasileira recebe alimentação nas variadas regiões à base de silagem de milho e pré-secados. Perante este desafio, nosso pacote MYCOFIX Plus 5.0 oferece proteções potenciais, com enzimas capazes de metabolizar de forma irreversível estas micotoxinas não sequestráveis. Destacam-se dentro desta tecnologia:
• Estirpe de Coriobacteriaceae (Biomin® BBSH 797), para a desativação de tricotecenos;
• Fumonisina esterase, uma enzima potente para a desativação de fumonisinas;
• Composto biológico para a desativação de zearelenona.
Qual ferramenta oferecemos para segurança nutricional da sua tropa? Além do componente de adsorção e biotransformação das micotoxinas encontradas no MYCOFIX Plus 5.0, a dsm-firmenich adicionou uma terceira dimensão de proteção aos seus produtos, atuando no sistema hepático e no suporte ao sistema imunitário.
Então, não esqueça: a gestão de risco de micotoxinas deve ser considerada por todos os técnicos de saúde animal como uma prioridade. Sabemos que, mesmo em baixas concentrações, elas determinam significativamente a saúde e a performance dos animais.