Alexandre Perdigão
Analista de Ciências Aplicadas e Inovação II DSM
Onúmero de cabeças de gado confinadas no Brasil registrou, em 2020, crescimento de 6% sobre 2019, atingindo o marco de 6,188 milhões. Para este ano, o cenário se mostra mais desafiador, devido aos elevados preços da reposição dos animais e dos insumos da dieta. Por esta razão, é necessário planejar bem os objetivos desse negócio, garantindo retorno lucrativo para os produtores. Desta forma, o manejo alimentar no confinamento tem um papel de extrema importância para atingir as metas de produtividade e, com isso, a eficiência no estabelecimento de consumo de Matéria Seca (MS) no confinamento, de forma rápida, sem comprometer os parâmetros fisiológicos dos animais, garantindo, assim, o sucesso da atividade.
Primeiramente, deve-se estabelecer um protocolo de adaptação adequado à composição nutricional da dieta e à realidade de cada confinamento. No Brasil, estratégias vêm sendo utilizadas na adaptação de bovinos a rações de alto teor concentrado, sendo o protocolo de escadas a estratégia mais utilizada nos confinamentos brasileiros. Tal protocolo consiste no fornecimento de dietas com níveis crescentes de concentrado, com intervalo de tempo entre 2 a 7 dias, até atingir o nível-alvo da dieta de terminação.
Com base nos resultados de estudo com a duração do período de adaptação, Estevam et al. (2020) recomendaram a adaptação de 14 dias para os bovinos, uma vez que este tempo promoveu o melhor desempenho e desenvolvimento ruminal durante o período de terminação em confinamento.
Brown et al. (2006), mostraram que o desempenho foi prejudicado em experimentos em que os animais tinham acesso ad libitum à dieta de adaptação e sugeriram que um manejo adequado de cocho fosse implantado no processo de adaptação. Pritchard & Bruns (2003) também recomendaram a prática de manejo de cocho para a redução de problemas de consumo, de forma a evitar prejuízos quanto ao desempenho dos animais. Além disso, a adaptação para bovinos é imprescindível para minimizar o risco de acidose metabólica (Penner et al., 2007), que pode causar lesões no epitélio do rúmen, diminuindo sua motilidade e capacidade absortiva.
Dessa forma, o manejo alimentar, juntamente com o programa nutricional, além de proporcionar melhora no desempenho e saúde ruminal dos animais, também é importante para manter o consumo de MS constante e estável. Estevam et al. (2020) constataram um aumento gradual no consumo de Matéria Seca dos animais nos primeiros 28 dias, de acordo com o número de dias em que estes foram adaptados (6, 9, 14 e 21 dias). Assim, o consumo de MS dos animais adaptados por 14 dias foi maior e com maior ganho de peso diário (Tabela 1).
Além disso, o uso de aditivos moduladores da fermentação ruminal pode ser adotado de forma estratégica para melhorar as condições ruminais e, com isso, aumentar o consumo de MS, sem afetar a eficiência alimentar e o desempenho dos animais. Meschiatti et al. (2016) testaram, em estudo, o uso de monensina sódica vs. Fosbovi® Confinamento Crina® Rumistar™ e constataram maior consumo de MS no período de zero a 30 dias pelos bovinos suplementados com Fosbovi® Confinamento Crina® Rumistar™ (7,70 vs. 8,36 kg, repectivamente; P <0,05), o que proporcionou ganho adicional de 160 gramas por dia durante a adaptação.
Meschiatti et al. (2019) observaram os mesmos benefícios durante a adaptação, no que consiste em promover o melhor estabelecimento de consumo de MS, de forma rápida e segura, a partir do uso de Fosbovi® Confinamento Crina® Rumistar™, garantindo maiores pesos de carcaça comparado ao aditivo monensina sódica, sem prejudicar a eficiência alimentar dos animais (Tabela 1).
Estes resultados comprovam que um bom manejo alimentar, associado ao uso de Fosbovi® Confinamento CRINA® Rumistar™, é eficaz para promover melhorar as condições ruminais e aumentar o consumo de MS pelos animais confinados, sem prejudicar a eficiência alimentar.
A marca Tortuga®, conta com essas e outras tecnologias inovadoras para os confinamentos, que visam a dar mais segurança e rentabilidade aos confinadores, sendo todas testadas pelo Departamento de Inovação & Ciência Aplicada da DSM.
REFERÊNCIAS
Brown et al., 2006. Adaptation of beef cattle to high concentrate diets: Performance and ruminal metabolism. J. Anim. Sci., v. 8, p. 25-33.
Estevam et al., 2020. Feedlot performance and rumen morphometrics of Nellore cattle adapted to high-concentrate diets over periods of 6, 9, 14 and 21 days. Animal, v. 1, p. 1-10.
Meschiatti et al., 2016. Effects of essential oils and exogenous enzyme in feedlot finishing diets high in flint ground corn at different particle sizes during the adaptation period. J. Anim. Sci., suppl. 5; Champaign, v. 94, p. 758.
Meschiatti et al., 2019. Feeding the combination of essential oils and exogenous α-amylase increases performance and carcass production of finishing beef cattle. J. Anim. Sci., v. 97 (1), p. 456-471.
Penner et al., 2007. Severity of ruminal acidosis in primiparous Holstein cows during the periparturient period. J.Dairy Sci., v. 90, p. 365–375.
Pritchard e Bruns, 2003, Controlling variation in feed intake through bunk management. J. Anim. Sci., v. 81 (14), suppl. 2, p. E133-E138.