É preciso estar atento ao que o pasto “fala”

Na época das águas, deve-se adequar os suplementos para que complementem a forragem de acordo com as metas produtivas da fazenda

Mylene Abud

Vem chegando o verão, a folhagem seca dá lugar ao verde, o pasto fica farto. Para os pecuaristas, a estação das águas é a época da arrancada da produção. As pastagens atingem seu auge produtivo e os animais, agradecem. Mas será que só isso basta para explorar o máximo desempenho do seu rebanho?

“Por si só, apenas o aumento do valor nutritivo do capim não é suficiente para obter um desempenho elevado na época das águas. Uma dieta composta apenas de pasto mais suplemento mineral proporciona ganhos, mas existe uma oportunidade para explorar a intensificação de produção demandada pela pecuária de ciclo curto”, explica o zootecnista e Gerente Técnico Regional da DSM, João Victor Yamaguchi.

“Mesmo no período chuvoso, que compreende 80% do crescimento das forragens, é comum termos falta de oferta de forragem por uma grande lotação. Ou mesmo por uma oferta de forragens com muito talo (altas), que desfavorece a colheita e causa baixa eficiência de pastejo e altas perdas por pisoteio”, observa o zootecnista Luciano Morgan, Gerente de Categoria Bovinos de Corte da DSM.

E como enfrentar os desafios trazidos pelas águas? João Yamaguchi conta que, para suprir essas deficiências, a utilização de suplementos proteicos, proteico-energéticos e concentrados tem crescido muito nos últimos anos. “Planejamento nutricional, envolvendo as questões relacionadas à pastagem e à suplementação, é essencial para otimizar o desempenho dos animais na época das águas. O foco deve ser oferecer forragem com alta relação folha-colmo e um suplemento que permita uma interação favorável com o pasto, de acordo com o objetivo de cada propriedade”, receita Yamaguchi.

A mesma indicação é feita por Luciano Morgan. “Com a adequada oferta de capim (energia), trabalhos científicos mostram um potencial extra de desempenho com suplementos proteicos formulados para este período, como o Fosbovi Proteico 30 com Monensina. Outra oportunidade é o uso de Minerais Tortuga, que têm alta biodisponibilidade e trazem para o sistema ganhos extras, reduzindo o custo de produção”, indica, lembrando que a logística também deve ser considerada para garantir o fornecimento do suplemento eleito.

SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA
Se na seca ela é considerada essencial, será que a maioria dos produtores também se preocupa em suplementar o rebanho na época das águas? “Infelizmente não, porque a maior parte dos pecuaristas acredita que apenas a suplementação mineral já está adequada, tendo em vista a qualidade do pasto nesse período do ano”, responde João Yamaguchi. “Porém, a pecuária de corte está sendo cada mais pressionada em termos de aumento de produtividade, ou seja, produzir mais utilizando menos área e menos tempo”, alerta.

E é justamente aí que entra a suplementação como estratégia, como uma forte aliada do aumento da produtividade, melhorando o ganho médio diário, proporcionando o aumento da taxa de lotação dependendo do nível de suplemento utilizado e reduzindo o tempo de permanência dos animais na fazenda. Fatores esses responsáveis por maior produção de arrobas e incremento no resultado econômica da propriedade. “Aproveitar o potencial produtivo e nutritivo da forragem na época das águas é o principal desafio e, também, a principal oportunidade”, afirma João Yamaguchi. Dessa forma, o manejo adequado de cada espécie forrageira e a escolha certeira do suplemento de acordo com objetivo produtivo e econômico se tornam fundamentais para o resultado final.

“Temos desenvolvido pesquisas e trabalhos no campo mostrando a alta correlação entre os ganhos no período das águas e os resultados econômicos anuais. O uso da suplementação estratégica tem sido uma forte aliada na redução do ágio no preço dos animais de reposição e melhora a rentabilidade do negócio. Nossa equipe está preparada para a orientação técnica mais adequada, considerando todas as particularidades dos clientes”, complementa Luciano Morgan.

PARA CADA NECESSIDADE, UMA SOLUÇÃO
E o que não pode faltar para o rebanho no período das águas? “Para todas as categorias, a adequada suplementação mineral é fundamental e a fonte dos minerais utilizados nos suplementos tem uma notória importância. Os Minerais Tortuga apresentam maior biodisponibilidade, melhoram a digestibilidade da fibra, possibilitando maior consumo de matéria seca, melhorando a saúde intestinal e trazendo benefícios comprovados em aumento de ganho de peso e incremento na eficiência reprodutiva. Essa tecnologia está presente na nossa linha de suplementos minerais, proteicos, proteico-energéticos e núcleos para elaboração de concentrados”, ressalta João Yamaguchi.

Para sistemas mais intensivos de recria e engorda, ele indica a utilização de suplementos proteicos e proteico-energéticos, que têm se mostrado muito vantajosos em termos de custo-benefício. Já para sistema de cria, uma adequada suplementação mineral das matrizes com bom escore corporal é suficiente para elevados índices reprodutivos. “Para matrizes que precisam recuperar condição corporal, recomendamos a nossa linha de suplementação estratégica (proteica e/ou proteico-energética). Além disso, a suplementação dos bezerros em sistema de creep feeding com o Fosbovinho Proteico ADE possui relação custo-benefício excelente, com foco principal no aumento do peso ao desmame”, afirma.

“Nossa indicação para matrizes em reprodução no período chuvoso é o Fosbovi Reprodução, que traz toda a segurança de aporte mineral para explorar excelentes índices reprodutivos. O produto auxilia, também, na recuperação de escore corporal no pós-parto”, ensina Luciano Morgan. “Para a recria, temos dois produtos como exemplo de sucesso de desempenho superior animal: o Fosbovi Plus, que oferece facilidade de manejo e tem em sua formulação TM e aditivo, e o Fosbovi Proteico 30 com Monensina, trazendo, além de TM e aditivo, proteína na sua formulação, proporcionando desempenhos adicionais acima de 180 gramas/ animal/ dia”, destaca.

O Gerente de Categoria Bovinos de Corte da DSM também aconselha fazer uma revisão nas apartações por categoria animal, de acordo com o peso dos lotes e objetivos dentro do sistema de produção. “Lotes apartados facilitam a implantação das estratégias de lotação dos pastos, manejo nutricional e a aferição das metas de desempenho”, garante Luciano Morgan.

Para a pecuária moderna, seja na seca ou nas águas, os investimentos em suplementação resultam em aumento de eficiência produtiva, com melhor peso animal e mais arrobas por hectare ao ano.

E ter em mente que mesmo o período chuvoso pode ser menos promissor de acordo com as condições climáticas. Neste ano, segundo o Departamento de Meteorologia dos Estados Unidos (Noaa), há 90% de chances de que o fenômeno La Niña se estenda até o fim do verão, em 2021, provocando chuvas abaixo da média na região Sul e chuvas acima da média nas regiões Norte e Nordeste do País.

“A nutrição de bovinos de corte a pasto deve sempre levar em consideração os aspectos quantitativos e qualitativos do dossel forrageiro e, por isso, qualquer alteração na disponibilidade e no valor
nutritivo decorrentes de alterações climáticas deve ser corrigida para evitar queda de desempenho. A dica é ficar sempre atento ao que o pasto ‘diz’ e adequar os suplementos para que  complementem a forragem, de acordo com as metas produtivas da fazenda”, finaliza o Gerente Técnico Regional da DSM, João Victor Yamaguchi.

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