DSM promove o 4º Isvit – International Symposium on Vitamins and Technology

Com os mais recentes estudos científicos em nutrição de bovinos de corte e de leite, o simpósio já entrou para o calendário dos principais eventos da pecuária no país.

Mylene Abud

Encontro técnico e científico promovido pela área de nutrição animal da DSM, a 4ª edição do ISVIT – International Symposium on Vitamins and Technology aconteceu nos dias 1º e 2 de março, pela primeira vez on-line em função da pandemia de Covid-19. E o novo formato foi um sucesso ao reunir cerca de 2.500 participantes, entre pesquisadores, professores universitários, técnicos e consultores da área, estudantes e produtores rurais, que acompanharam palestras e debates sobre os mais recentes estudos científicos em nutrição de bovinos de corte e de leite, ministrados por especialistas nacionais e internacionais.

“O formato digital teve um lado bastante positivo, porque conseguimos estender o convite a um público maior, representantes do Brasil e do exterior, todos conectados nesse evento maravilhoso”, disse Sergio Schuler, vicepresidente de Ruminantes da DSM, ao abrir o simpósio que já entrou definitivamente para o calendário dos principais eventos da pecuária no País.

“A DSM foi buscar o que há de mais moderno no mundo nas áreas de gado de corte a pasto, confinamento e leite, para apresentar a vocês uma agenda recheada de novidades e tecnologias trazidas pelos melhores especialistas do mundo”, complementou Juliano Sabella, diretor de Marketing da DSM.

Com formato inovador, o ISVIT surgiu em razão de uma lacuna detectada pela DSM no mercado brasileiro, que não tinha um evento de qualificação técnica com discussões aprofundadas em nutrição para a pecuária de corte e de leite. E a receptividade foi tão grande que o simpósio, desde o seu início, só aumenta de tamanho: os 90 participantes registrados na primeira edição presencial, em 2016, subiram para 300 em 2018, passando para quase 2.000 na edição digital.

“O balanço do seminário 100% digital foi muito positivo, atingimos um público 10 vezes maior do que na última edição presencial e o retorno dos participantes foi excelente”, ressaltou Juliano Sabella, informando que, para a próxima edição do ISVIT, a ideia é fazer um evento híbrido, recebendo algumas pessoas presencialmente e mantendo a mesma experiência positiva para quem acompanhar virtualmente.

INVESTIR EM TECNOLOGIA COMPENSA
Um painel sobre a conjuntura econômica mundial e brasileira, apresentado pelo economista e ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, abriu os trabalhos do 4º ISVIT. Mostrando-se otimista com relação à recuperação da economia no País, “cuja retomada está ocorrendo e veio melhor do que se esperava”, ele analisou a projeção de diversos itens que influenciam o setor, como juros, inflação e câmbio.

“A pandemia reforçou o cenário de juros historicamente baixos no mundo. A retomada das economias, particularmente da China, tem favorecido as commodities e tudo indica que os preços vão ser favoráveis ao longo de 2021”, enfatizou, confiante com relação ao futuro.

Sobre os riscos inflacionários, explicou que estes começam a voltar ao radar dos mercados, essencialmente pela forte liquidez que os governos estão injetando na economia. “No Brasil, a projeção no início de 2020 era do IPCA crescendo 1,5%, mas terminou o ano com 4,52%. Um dos fatores que influenciaram foi o aumento das commodities associado à forte desvalorização cambial, comandada especialmente pelo risco fiscal. E, com isso, tivemos aumento no preço dos alimentos, em alguns casos acima de 20%, porque subiu o preço em dólar e o dólar subiu em relação ao real. A previsão para este ano está entre 3,4% e 3,8% de inflação, com força da permanência por tempo maior do que se imaginava do câmbio desvalorizado”, pontuou.

Quanto aos juros, o economista reforçou que o País alcançou a menor taxa Selic dos últimos 45 anos, de 2% (passando em março para 2,75% e, em maio, para 3,5%). Já o câmbio, explicou, é o indicador mais difícil de prever, porque sobre ele interferem vários elementos: situação internacional, política, inflação, reservas. “É por isso que dizem que ‘a taxa de câmbio é uma invenção dos deuses para desmoralizar os economistas’. Estávamos trabalhando com uma projeção de R$ 4,85, mas, após a intervenção do Governo na Petrobras, que gerou incertezas no mercado, a taxa foi revista para R$ 5, R$ 5,10. Isso significa que, a menos que haja um evento imprevisível, nós vamos assistir a uma valorização cambial”, analisou.

Sobre o PIB, segundo Maílson da Nóbrega, o tombo foi menor do que o esperado. “Por volta de julho e agosto do ano passado, a expectativa era de uma queda de 7% a 9%, quando, na verdade, o PIB caiu cerca de 4,1%. E todo mundo errou, porque a economia começou a se recuperar muito antes do que se imaginava”, ponderou, assinalando que esta recuperação é heterogênea, com a indústria e o varejo subindo, e serviços, que dependem muito do relacionamento interpessoal, ainda caindo. “Mas tudo indica que esse setor terá uma recuperação muito forte a partir do segundo semestre com a aceleração da vacinação”, ponderou. “Para 2021, a expectativa é de um crescimento em torno de 2,9%, mas tem gente mais otimista, falando em 3,5% a 4%. No entanto, há alguns fatores que podem inibir essa recuperação, como, por exemplo, o agravamento da pandemia, que exige medidas mais fortes de restrição. Mas falar em 3% me parece um bom número”, avaliou o ex-ministro da Economia.

E destacou o papel do agro brasileiro como o único segmento da economia brasileira cuja produtividade vem crescendo sistematicamente nos últimos 40 anos, e que tem a missão de suprir a demanda mundial de alimentos. “O Brasil está entre os cinco maiores produtores de alimentos do mundo e, recentemente, realizamos a façanha de nos tornarmos o maior produtor mundial de soja, ultrapassando os Estados Unidos. E, desses cinco, o Brasil é o único que tem grande capacidade de expansão”, frisou.

O segredo para continuar crescendo? Para o ex-ministro, a resposta está no aumento da produtividade. “Este é o principal fator gerador de riquezas de um país. Uma economia cresce pela  combinação de três elementos: os investimentos (em máquinas, equipamentos, terras, processos, softwares), a incorporação de mão de obra no processo produtivo e a produtividade. Para se ter uma ideia, nos EUA, nos últimos 70 anos, 80% do crescimento da economia se explica por ganhos de produtividade. No Brasil, estudo da Faculdade Getúlio Vargas (FGV) mostrou que, no  agronegócio moderno, 94% do crescimento ocorreu por ganhos em produtividade”, arrematou, afirmando que “investir em tecnologia compensa”.

SUSTENTABILIDADE PARA UM MUNDO MELHOR
“Qualquer atividade humana gera emissões e usa recursos naturais, e na produção de proteína animal não é diferente”, afirmou Carlos Saviani, Líder Global de Sustentabilidade da DSM, ao dar sequência à programação do seminário. Para ilustrar o compromisso da empresa com a sustentabilidade, Saviani mostrou aos participantes um filme que sintetiza a estratégia, lançada em 2020 pela DSM, com a missão de liderar uma transformação robusta e viável em todo o mundo na produção sustentável de proteína animal: o We Make it Possible (Nós tornamos isso possível).

Alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), essa iniciativa se baseia em seis plataformas, que refletem o compromisso da companhia de ser um agente de mudança, conduzindo diálogos globais, conectando diversos públicos de interesse do sistema agrícola, pensando no futuro, gerando ideias e novas formas de trabalhar.

“O planeta já foi destruído cinco vezes em sua história, teve um reboot e começou diferente, com novas espécies, uma nova plataforma de vida e, na última delas, o ser humano apareceu. E se a gente quer continuar por aqui, não pode permitir que o planeta sofra um novo processo de transformação radical. Então, na hora que pensamos em negócios, a sustentabilidade se tornou um driver importantíssimo”, ressaltou Saviani que, antes de entrar para a companhia, trabalhou por cinco anos na WWF – World Wildlife Fund, liderando estratégias de sustentabilidade na área de produção animal.

Mas como produzir 70% a mais de proteína animal para alimentar quase 10 bilhões de pessoas em 2050, usando menos terra e preservando o planeta? “A grande questão é reduzir esses impactos a limites que o planeta consiga lidar com eles, reciclar e renovar esses recursos utilizados”, afirmou Saviani. A emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) na produção animal é atualmente  responsável por 14,5%, incluído nessa conta desde os alimentos que os animais comem até a carne chegar no prato do consumidor, explicou o executivo. “Se a gente não fizer nada, em 2030 esse índice vai para 27% e, em 2050, para 81%. Se hoje as proteínas animais já são questionadas e sofrem pressão enorme de vários stakeholders para reduzir as suas emissões, imagina se essas  projeções se confirmarem? Então, temos que buscar uma produção mais sustentável, com menos emissões e com o uso de menos recursos naturais”, ensina.

Atualmente, explica Saviani, essa preocupação é grande no mercado e há empresas especializadas em avaliar as companhias do setor animal em relação à sustentabilidade e aos riscos inerentes. “Fazem parte dessa iniciativa bancos, investidores, fundos de pensão e seguradoras, que, juntos, têm um portfólio de US$ 20,1 trilhões”, destacou, ressaltando, ainda, o interesse crescente dos consumidores em relação à origem dos alimentos que consomem. “Eles querem saber de onde vêm, como são produzidos. A segurança alimentar se tornou uma condição básica para fazer  negócios. E a sustentabilidade vai ser assim, também. Essa preocupação já faz parte do nosso pipeline, das nossas pesquisas e soluções, traduzidas em ganhos de produtividade, redução de doenças e de mortalidades, tudo com sustentabilidade”, pontuou Carlos Saviani.

CICLO DE PALESTRAS
Os dias 1º e 2 de março foram de trabalho intenso para os participantes do 4º ISVIT. Com opção de áudio nos idiomas português, espanhol e inglês, o público teve à sua disposição mais de 30 palestras apresentadas nas salas de Gado de Corte, Gado de Leite e Confinamento e no auditório da plenária, sempre com momentos interativos de perguntas e respostas ao final de cada bloco. Puderam, ainda, visitar os estandes virtuais da DSM e dos produtos Tortuga, além de fazer networking nos intervalos na “sala de café”.

LEITE
As tecnologias para o aumento da eficiência alimentar e da qualidade da produção, manejo e gestão foram alguns dos temas debatidos na programação da Sala Gado de Leite. Os trabalhos foram abertos no dia 1º/03 com a palestra do professor Bill Weiss, da Universidade de Ohio (EUA), que abordou “As novidades sobre os requerimentos de energia de vacas de leite e proteína na última década”. Estudo apresentado pelo professor constatou que as vacas responderam muito bem a uma dieta com alto teor de proteína e aminoácido balanceado, com mais leite no imediato pós-parto e nas 11 semanas seguintes. “Aumentar o teor de proteína na dieta aumenta a energia. E devemos prever energia metabolizável, e não somente digestível”, afirmou.

Em seguida, Elias Facury, da UFMG, na apresentação “Vida longa às vacas”, discorreu sobre os fatores que influenciam a saúde e a doença desses animais e como isso pode interferir na sobrevivência dentro do rebanho. “Uma vaca longeva vai trazer muito lucro ao produtor e produzir muito leite”, disse o professor Lobão, alertando para a necessidade de um olhar holístico para a
propriedade. “Com a tendência da intensificação da produção, aparecem novos desafios. Para enfrentálos, temos que desenvolver programas sanitários muito amplos, que reúnam tudo debaixo do mesmo guarda-chuva, feito para cada área da fazenda: reprodução, nutrição, sanidade, período de transição, saúde dos cascos, qualidade do leite, entre outros”, explicou.

No segundo e último dia do evento, Israel Flamenbaum, da Universidade de Jerusalém (Israel), palestrou sobre a “Redução do estresse térmico pelo mundo: o que há de sucesso na prática”. A vaca de leite de alta produção, explicou, gera muito calor. “Uma vaca produzindo 45 kg pode gerar 1.900 W de calor, o equivalente a quase 20 pessoas. E se estivesse exposta ao sol, acumularia mais 1.600 W. E, mesmo na sombra, não conseguiria dissipar todo o calor que está gerando”, observou, enumerando os problemas causados pelo estresse calórico, como redução da atividade, perigo de mastite, perdas em volume de leite, redução de proteínas e gorduras e aumento de CCS.

Tiago Barros (Feed Components/EUA) falou sobre o “Uso de aminoácidos na nutrição de vacas leiteiras”, destacando a metionina como um aminoácido essencial. “Quando aumentamos o consumo de metionina nas vacas, temos um aumento na produção de proteína”, ensinou, acrescentando benefícios, como o efeito no crescimento das bezerras e no correto desenvolvimento embrionário, aumento na produção de leite, melhora da saúde, da programação fetal e da reprodução.

“Monitoramento do comportamento alimentar das vacas leiteiras para otimizar a gestão e o manejo nutricional” foi o tema escolhido por Trevor DeVries, da Universidade de Guelph (Canadá), para sua apresentação no ISVIT. “Estudos israelense mostram que vacas mais eficientes consomem refeições menores, mais lentamente e, também, com mais fracionamento ao longo do dia. A maneira como a vaca consome a ração é tão importante quanto a composição nutricional da ração, garantindo saúde, eficiência e produtividade”, explicou.

O médico-veterinário Luiz Gustavo Pereira, da Embrapa Gado de Leite, falou sobre as “Tecnologias para o aumento de eficiência alimentar e sustentabilidade ambiental (Crina®+Rumistar®)”. Ele apresentou estudos, realizados em conjunto entre a Embrapa Gado de Leite e a DSM, baseados nas hipóteses de que a combinação de monensina com amilase exógena tem efeito positivo na produção e parâmetros metabólicos de vacas leiteiras; e que a substituição da monensina por óleos essenciais não afeta negativamente o desempenho, a emissão de CH4 entérico e o metabolismo de vacas leiteiras.

Marcelo Grossi Machado, Gerente Técnico Nacional de Gado de Leite da DSM, apresentou aos participantes do seminário “Os achados do PGDSM Leite 2017-2020, qual o segredo dos melhores?” Entre essas descobertas, destacou que as fazendas que tiveram maiores taxas de prenhez e de concepção ganharam mais dinheiro, “parindo mais vacas no curral, mais vaca no ponto bom de dar leite”.

A Imunonutrição foi tema das palestras de Guillermo Mattioli, da Universidade da Plata/Argentina, no âmbito dos “antioxidantes e doenças/OVN® e minerais”, e de Angel Abuelo (Universidade Estadual de Michigan/EUA), do ponto de vista dos “Antioxidantes e reprodução/ Betacarotene®”. Fechando a programação da Sala Leite, Corwin Nelson, da Universidade da Flórida (EUA), dissertou sobre o uso do Calcidiol/HyD®. Segundo ele, a Vitamina D é importante não apenas para os minerais, mas também para a imunidade, lembrando que o calcidiol é mais efetivo que o colecalciferol.

CORTE
Biotecnologia, manejo, tecnologia nutricional e programação fetal foram algumas das questões abordadas na Sala de Gado de Corte. Abrindo o primeiro dia de palestras, Mariângela Hungria, da Embrapa Gado de Corte, falou sobre o “Uso de biotecnologia na produção de pastagens”, que considera uma “microrrevolução verde”. Na sequência, Adilson Aguiar (Faz / Rehagro/ Consupec) discorreu sobre a “Atualização em correção e adubação de pastagem”, encampando as Boas Práticas de Manejo (BPM) da fertilidade do solo. O tema “Eficiência no manejo do pastejo” foi o centro da apresentação de Sila Carneiro, da ESALQ/USP, destacando que a produção animal em pasto tem por objetivo transformar a energia luminosa em produto. “É importante conhecer como se dá o processo e se organiza para que práticas de manejo possam ser idealizadas a fim de otimizar a captura de luz e maximizar a produtividade”, destacou.

No segundo dia do encontro, Philipe Moriel, da Universidade da Flórida (EUA), deu início às atividades falando sobre a “Programação fetal e seus impactos na precocidade”. De acordo com ele, as possibilidades dessa tecnologia são imensas e esses estudos precisam ser replicados em várias condições: diferentes regiões climáticas, que geram desafios diversos aos animais, gramíneas tropicais ou de inverno, vacas multíparas e primíparas, Nelore ou cruzadas. “As possibilidades são infinitas e há grandes oportunidades para aprofundar esses estudos e melhorar a performance
de gado de cria e no mundo inteiro”, afirmou.

“Recuperação de escore corporal e seus impactos” foi o tema apresentado por Gustavo Siqueira, da APTA, que abordou a relação do escore corporal com a prenhez e as estratégias nutricionais no pré e no pósparto. “No passado, buscar tecnologia em cria não era relevante. Hoje, é muito e todo mundo está atrás”, salientou.

“A pecuária precisa ser cada vez mais sustentável: produzir mais por hectare, com baixo impacto ambiental, sustentabilidade econômica e atenção ao consumidor”, enumerou o prof. Pietro Baruselli (FMVZ/ USP) ao abrir a palestra “Tecnologias nutricionais para melhorar os índices na IATF”. Ele destacou que a suplementação das vacas de corte com betacaroteno e vitaminas aumenta a taxa de prenhez à primeira Inseminação Artificial em Tempo Fixo, antecipando a concepção na Estação de Monta (EM). “Para aumentar a eficiência das matrizes de corte, é muito importante antecipar a concepção durante a EM”, falou, acrescentando que as bezerras do cedo são mais precoces sexualmente, enquanto os bezerros são abatidos antes.

Luciano Morgan, gerente técnico nacional de Bovinos de Corte da DSM, falou sobre os “Números das fazendas lucrativas” e o Programa de Gestão DSM para o segmento, projeto da empresa desenvolvido há cerca de quatro anos e que envolve o monitoramento de mais de mil fazendas e 1,5 milhão de animais. A gestão também foi tema dos consultores do Instituto Aquila, Claudia Bessas e Leonardo Rischele, na palestra “Construindo equipes vencedoras”. Para eles, os principais pilares da gestão são o equilíbrio entre pessoas, tecnologia e processos.

Tratando da “Aplicação dos novos conceitos na suplementação a pasto”, Edênio Detmann (UFV/MG), abordou a conexão entre as deficiências de nitrogênio e metabólica, que têm origem no rúmen desequilibrado. “O duplo equilíbrio é benéfico para o animal”, disse, referindose à importância da suplementação.

Fechando as apresentações da sala, Luciano Gonzalez, da Universidade de Sydney (Austrália), palestrou sobre a “Atualização em comportamento animal”. Segundo explicou, o comportamento é uma das primeiras mudanças notadas nos animais e, hoje, isso pode ser mensurado remotamente e de forma contínua. Mas, também, é preciso levar em consideração a suplementação nutricional para melhorar a produtividade e a performance do rebanho: qualidade e quantidade das forragens, demandas nutricionais para cada fase animal, modo de oferecer o suplemento, condições climáticas etc.

CONFINAMENTO
Tecnologias de nutrição, eficiência produtiva, sustentabilidade e estratégias para a intensificação foram alguns dos desafios debatidos pelos palestrantes da Sala Confinamento. “Sistemas de produção: da recria à terminação, quais as novas estratégias?”, apresentada por Richard Zinn, da Universidade da Califórnia (EUA), abriu a programação. De acordo com suas pesquisas, que incluíram as peculiaridades do País, em condições padrão, a performance do crescimento e a eficiência alimentar são previsíveis. Por isso, a variação na eficiência de alimentação deve ser baseada em expectativas racionais (sexo do animal, peso inicial, estrutura corporal etc.).

“Adaptação: períodochave para o sucesso da engorda em confinamento” foi o assunto desenvolvido por Mario Arrigoni (UNESP/Botucatu). “Uma boa adaptação e um bom manejo de cocho pode reduzir a incidência de acidose e problemas relacionados, simplificar a tomada de decisão, além de aumentar a eficiência e reduzir os custos de produção”, acentuou.

Mario Chizotti (UFV/MG), palestrou sobre a “Fisiologia do crescimento e ponto ótimo de abate: aplicando estes conceitos em confinamentos comerciais”. “O conhecimento dessa fisiologia e a modelagem desse crescimento são ferramentas que têm grande potencial para nos auxiliar na tomada de decisão”, ponderou.

Já as “Estratégias para maximizar a eficiência e a qualidade de carne: realidade brasileira”, abordando as estratégias nutricionais e de manejo para incrementar o marmoreio e a qualidade da carcaça do gado confinado, foram apresentadas por Brad Johnson (Texas Tech/EUA). E Alexandre Berndt (Embrapa – São Carlos) falou sobre “Eficiência produtiva e sustentabilidade: inimigos ou aliados?”, envolvendo questões como selos, ambiência, tratamento de água e biodigestor. Segundo ele, para associar os confinamentos com a sustentabilidade, é importante zelar pelo bem-estar animal, manejar dejetos no conceito da bioeconomia (reciclagem de nutrientes), e salientar que o confinamento é uma oportunidade dentro do ciclo de produção, encurtando-o. “Em busca da eficiência, é preciso adotar as melhores tecnologias disponíveis, como as nutricionais”, destacou.

A nutrição também foi o foco principal de três palestras, que uniram especialistas nacionais e internacionais: “Tecnologias nutricionais – Novas Fronteiras”, com Tiago Acedo (DSM/BRA);  “Otimização das dietas e usos de subprodutos”, de Tara Felix (Universidade Penn State/EUA); e “Exigências de energia e proteína para zebuínos e suas implicações nas dietas tropicais”, de Sebastião Valadares (UFV/MG). “Inovações em nutrição de ruminantes permitem uma produção mais eficiente e sustentável”, explicou Tiago, que apresentou estudos evidenciando que o blend de óleos essenciais CRINA® pode substituir 100% dos antibióticos (AGPs) nas dietas, com benefícios produtivos e econômicos. Já a amilase Rumistar™ melhora o uso do milho, enquanto o Hy-D® é a grande fronteira, potencializando a saúde do animal e a produção de carcaça.

Fechando a programação, duas palestras abordando um dos principais dilemas da atividade: o momento de decisão. Em “Como tomar as melhores decisões no confinamento?”, Paulo Marcelo Dias, da GA Gestão Agropecuária (BRA), falou sobre as ferramentas que ajudam na gestão, como a aplicação da inteligência artificial para “fazer os dados falarem”. Por sua vez, Hugo Cunha, gerente técnico nacional de Confinamento da DSM (BRA), abordou o uso de “Indicadores e métricas bioeconômicas para o confinamento (benchmarking)”. Ele mostrou os dados do último Censo DSM de Confinamento, trabalho realizado há mais de dez anos pelo serviço de inteligência e mercado da empresa e toda a sua equipe de campo, que reportou 6,1 milhões de cabeças confinadas no Brasil em 2020, número que é 6% superior a 2019, com o Mato Grosso ocupando a primeira posição com 1,24 milhões de cabeças. “Em 2021, ano de custos de alimentação e de reposição elevados, será necessário aplicar tecnologias nutricionais. Dessa forma, é possível dobrar o lucro dos confinamentos quando comparados a sistemas tradicionais”, pontificou.

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