Marilia Guimarães de Andrade
Account Manager de Revendas e Cooperativas – GO
Desde 1962, a Cocari – Cooperativa Agropecuária e Industrial, vem escrevendo sua história com muita dedicação, ética e responsabilidade, construindo um legado que fortalece, inspira e leva resultados aos seus cooperados, colaboradores, comunidades e toda a cadeia produtiva brasileira. Com 11.769 cooperados e 2.340 colaboradores, a cooperativa gera empregos, renda e desenvolvimento, além de investir em projetos socioambientais nos mais de 87 municípios em que atua.
Com sede em Mandaguari (PR), a Cocari conta com 80 unidades localizadas nos estados do Paraná, Goiás e Minas Gerais, englobando lojas físicas, estruturas de recebimento e armazenamento de grãos, unidades fabris, concessionárias de máquinas e implementos agrícolas, das marcas New Holland e Case, Corretora de Seguros, locadora de máquinas e veículos e e-commerce. Atua, ainda, com serviços de consultoria técnica agronômica, veterinária e zootécnica, comercialização de insumos agropecuários, grãos, fármacos veterinários, sistema de energia fotovoltaica, venda de máquinas e implementos agrícolas multimarcas, entre outros.
Neste grande cenário de atuação, conta com parceiros fortes e consolidados na pecuária, como a Tortuga®, uma marca dsm-firmenich, líder no segmento de nutrição animal com tecnologias e inovações dos seus produtos. Com um portifólio de 59 produtos da Tortuga®, comercializados pela Cocari em suas unidades, são atendidos diversos segmentos como: gado de leite, corte, confinamento, equinos, ovinos e suínos, trazendo produtividade e rentabilidade para o pecuarista.
Pecuária Delas e a força das mulheres Cocari
Com um quadro composto por aproximadamente 40% de colaboradoras e 14,46% de cooperadas, que se somam às milhares de companheiras, filhas e netas de cooperados, que estão à frente ou atuando junto nas propriedades, a Cocari se orgulha da atuação das suas mulheres cooperativistas, em todas as frentes e áreas de negócios.
O papel da mulher nas cooperativas agropecuárias tem sido cada vez mais reconhecido e valorizado. Tradicionalmente, o setor agro era majoritariamente dominado por homens, mas hoje a presença feminina tem crescido de maneira significativa e transformando a dinâmica das cooperativas. Esse crescimento é impulsionado por fatores como a busca por profissionalização em diversas áreas, desenvolvimento técnico e interesse por gestão, inovação e sustentabilidade. A participação feminina no agronegócio está se expandindo além das funções administrativas e inclui áreas como produção, gestão e liderança.
Buscando histórias de cooperadas e colaboradoras que inspiram, entrevistamos quatro mulheres incríveis, que compartilharam suas trajetórias profissionais no agronegócio e as suas experiências de vida.
Ester Lira Peixoto, supervisora da Unidade da Cocari de Orizona (GO), iniciou o seu trabalho na cooperativa em março de 2022, na função de encarregada comercial e, um ano e seis meses depois, foi promovida a supervisora. Segundo ela, a principal barreira enfrentada no cargo atual foi ganhar a confiança de seus clientes no trabalho desempenhado dentro das propriedades. Com dedicação, resiliência e comprometimento, conseguiu quebrar essa barreira e ser reconhecida pelo trabalho. “O maior obstáculo que as mulheres enfrentam, quando buscam se inserir ou se destacar em uma área ainda predominantemente masculina, como o setor agro, é a sua própria resistência em se posicionar e gerar valor ao trabalho desempenhado. Em alguns eventos, é possível observar que os homens sentem mais liberdade em se posicionar; em contrapartida, as mulheres que o fazem ainda são minoria. Por isso, as mulheres que estão na linha de frente, têm como dever motivar e incentivar cada vez mais a participação ativa de outras mulheres nos negócios”, ressalta Ester.
Ela fala que o maior aprendizado obtido ao longo da sua trajetória profissional, ao conciliar a liderança no agro com os desafios pessoais e familiares como gestora, mãe e esposa de produtor rural, é que a força da mulher é capaz de superar todos os obstáculos e contribuir ativamente na gestão da casa, da fazenda e da cooperativa. Sempre com determinação, ela buscou ampliar seus conhecimentos para trazer o melhor para a sua família e o seu trabalho, com o foco em ser exemplo de motivação do trabalho feminino, principalmente para a filha Isabella, de 14 anos. “A mulher possui capacidades muito além dos afazeres domésticos e tem toda a competência necessária para conduzir o agronegócio. Tenho, como maior aprendizado, que em tudo aquilo que você se dispuser a fazer o seu melhor, será sempre bem-sucedida”, enfatiza.
Thailize Antonia Fidelis, Coordenadora de Unidade da Cocari de Imbituva (PR), iniciou na Cocari em 2021 e, após um ano, tornou-se encarregada administrativa e supervisora. Em 2024, foi promovida a coordenadora da Unidade de Imbituva, no Paraná. Na sua experiência profissional, acredita não haver resistência da mulher ao ocupar cargos de liderança, pois todas as colaboradoras são valorizadas dentro da cooperativa, como no seu caso. Durante seus três anos de Cocari, ela teve grandes oportunidades de crescimento profissional, alcançando o cargo de coordenadora de unidade.
Segundo Thailize, a presença crescente das mulheres no setor agro tem mudado a dinâmica e as oportunidades dentro das cooperativas agropecuárias, nas quais a gestão feminina se destaca pela organização, resiliência e tem um papel fundamental nas mais diversas funções. Como exemplo, cita uma ação realizada em sua unidade, que contou com a presença de esposas, filhas e netas dos cooperados e colaboradoras, com o objetivo de tratar de temas como o empoderamento feminino e a saúde da mulher.
Para Thailize, é importante trabalhar naquilo que realmente gosta. “Para que cargos altos sejam alcançados, a dedicação na especialização e experiências diversas são levadas em consideração na hora da contratação ou promoção”, afirma. Ela pretende continuar a trabalhar no ramo do agronegócio e crê que as mulheres estão contribuindo bastante para melhorar os resultados das cooperativas. “Ao longo dos anos, as mulheres vêm se destacando no agronegócio, assim como em outros setores econômicos. Nossa capacidade de adaptação nos permite a realização das mais diversas tarefas, basta ter coragem e não desistir dos seus sonhos”, frisa
Carmem Zilda Carneiro Costa, pecuarista e cooperada da Unidade da Cocari de Ipameri (GO), tem uma linda história com a sua propriedade, onde nasceu. Ali estabeleceu laços com a natureza e com os animais. Atualmente, sua atividade pecuária é a cria, com os protocolos de inseminação artificial da cooperativa. Apesar de ter casa na cidade, ela opta por passar a maior parte do tempo no campo. Segundo ela, o clima da fazenda, a natureza e os animais lhe trazem paz e são a sua terapia. Seu esposo, Geraldo, partilha da mesma opinião e é o responsável pela proteção ambiental da propriedade, entre outras atividades do dia a dia. Com renda estável e filhos criados, eles aproveitam juntos esses momentos.
Dona Carmem conta que adora viajar pelo mundo e já conheceu vários lugares. E que seu maior desafio foi aprender inglês para se comunicar bem nos lugares em que passa. Para ela, a fazenda tem uma importância afetiva enorme na sua vida e ela não renuncia a isso, pois viveu muitos momentos bons ali. Parceira da Tortuga® antes mesmo de se filiar à Cocari, dona Carmem deixou clara a confiança depositada no trabalho do médico veterinário da cooperativa, que indica e faz todo o manejo da sua propriedade, juntamente com o seu colaborador, trazendo confiança aos negócios.
Laryssa Lucas Araujo Silva, supervisora da Unidade Cocari Ipameri (GO), está completando nove meses na cooperativa nesta função. Durante a graduação em Agronomia, em 2021, ela foi em busca de estágio obrigatório no setor de vendas agropecuário, mas sentiu que boa parte desses estabelecimentos não demostrou interesse devido ao seu gênero. Ao conseguir ingressar em uma revenda, trabalhou com muita dedicação e foi efetivada após formada, chegando ao cargo de gerente de unidade. Permaneceu ali por três anos, testemunhou alguns episódios de preconceito por parte de clientes e fornecedores, que procuravam o gerente da loja e se deparavam com uma mulher. Porém, essas situações esporádicas lhe deram mais forças e coragem para conquistar o que sempre desejou.
Para Laryssa, o número de mulheres no agro aumentou consideravelmente, principalmente em cargos de liderança, não só em empresas, mas também no campo como proprietárias de fazendas e prestadoras de serviços, veterinárias, agrônomas e zootecnistas. “Na Cocari, existem ações de incentivo à participação ativa das cooperadas, como os encontros de famílias, promovendo a inclusão das esposas, filhas e netas”, conta ela, que sempre foi muito respeitada pela sua equipe. Na Unidade de Ipameri, ela ressalta que todos os cargos de liderança dos setores comercial, administrativo e técnico são ocupados por mulheres, o que evidencia a representatividade feminina na cooperativa. “Nós, mulheres, somos sinônimo de resiliência e inspiração, sempre encontramos força para enfrentar batalhas e sermos a nossa melhor versão. No agro, assim como na vida, o segredo está na persistência, e somos capazes de inovar e nos adaptar às demandas, transformando desafios em conquistas”, afirma.
O trabalho feminino desenvolvido na Cocari tem sido fundamental para o avanço do setor agro, trazendo novos modelos de gestão, maior foco em sustentabilidade, inovação e maior visibilidade das questões de igualdade de gênero. À medida que as mulheres conquistam mais espaços, não só nas atividades produtivas, mas também nas funções de liderança e decisão, elas contribuem de maneira significativa para a transformação do setor agropecuário, tanto economicamente quanto socialmente. O caminho para a equidade no agro ainda está em construção, mas o impacto positivo das mulheres nesse campo é inegável e crescente.